Ofício das Trevas
Sábado da Semana Santa
Este
ofício é a recitação do Ofício de Leituras combinado com Laudes, na madrugada
ou manhã do Sábado
da Semana Santa.
Havendo
sacerdote ou diácono, ele preside, de acordo com a precedência. Deve vestir
vestes corais de acordo com seu estado. Não se usam estolas ou pluviais. Os
demais clérigos usam também vestes corais. Se um sacerdote ou diácono presidir,
deve haver um cerimoniário e alguns acólitos, com sobrepelizes. Um dos acólitos
é o encarregado de extinguir as velas após os salmos. É bom haver um grupo de
cantores, para entoar os hinos, as antífonas e os salmos.
Se
apenas leigos celebrarem o Ofício, um deles dirigirá, com as adaptações
indicadas. Se esses leigos forem seminaristas ou religiosos, usarão veste talar
ou hábito, com sobrepeliz.
No
centro do local onde se celebra o Ofício das Trevas, preferencialmente no coro
antes do presbitério, coloca-se um ambão, de onde se dirá os salmos, leituras e
orações. O presbítero sentará na sede, acompanhado de dois diáconos, ou de um
diácono e o cerimoniário, ou do cerimoniário e outro acólito, se houver. Sendo
o diácono a presidir, senta-se ao seu lado o cerimoniário e outro acólito, se
houver. O Bispo senta-se no trono ou no faldistório, de acordo com as regras do
Cerimonial dos Bispos.
O
candelabro de trevas, constando de quinze velas, é colocado em frente ao altar,
à sua direita. Essas velas serão apagadas, aos poucos, durante o rito. Além do
candelabro de trevas, seis velas podem estar acesas no altar, como se faz
durante a Missa Solene, e serão apagadas durante o Benedictus. Um
apagador de velas é colocado perto do candelabro de trevas.
Não
se usa cruz processional nem velas processionais ou tochas durante o Ofício das
Trevas.
Dando
início à celebração, os clérigos em veste coral, cerimoniários, acólitos e
cantores ou coro entram em silêncio e reverência, de forma processional, vindo
o celebrante por último, e se aproximam do altar. Genuflectem ao Santíssimo
Sacramento, ou, em sua falta, inclinam-se profundamente diante do altar, e vão
para seus lugares.
Para
a extinção de cada vela, o acólito responsável pega o apagador, reverencia o
altar e vai ao candelabro para cumprir sua função.
No
invitatório, no hino, no Evangelho, no Benedictus, nas preces e na oração, bem
como na despedida, todos permanecem de pé. Nos salmos e leituras, permanecem
sentados, exceto quem lê ou entoa o salmo. No invitatório, faz-se o
sinal-da-cruz na boca, e no Benedictus e na bênção, o grande sinal-da-cruz.
Invitatório
V: † Abri os meus lábios,
ó Senhor.
R: E minha boca
anunciará vosso louvor.
Salmo 94 (95)
Convite ao louvor de
Deus
Animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser
‘hoje’. (Hb 3,13)
Ant.
Cristo por nós
padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!
Vinde, exultemos de
alegria no Senhor; *
aclamemos o rochedo
que nos salva.
Ao seu encontro
caminhemos com louvores, *
e com cantos de
alegria o celebremos!
Ant.
Cristo por nós
padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!
Na verdade, o Senhor
é o grande Deus, *
o grande Rei, muito
maior que os deuses todos.
Tem nas mãos as
profundezas dos abismos, *
e as alturas das
montanhas lhe pertencem;
o mar é dele, pois
foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas
mãos a modelaram.
Ant.
Cristo por nós
padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!
Vinde adoremos e
protremo-nos por terra, *
e ajoelhemos ante o
Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso
Deus, nosso Pastor, †
e nós somos o seu
povo e seu rebanho, *
as ovelhas que conduz
com sua mão.
Ant.
Cristo por nós
padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!
Oxalá ouvísseis hoje
a sua voz: †
"Não fecheis os
corações como em Meriba, *
como em Massa, no
deserto, aquele dia,
em que outrora vossos
pais me provocaram, *
apesar de terem visto
as minhas obras. "
Ant.
Cristo por nós
padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!
Quarenta anos
desgostou-me aquela raça, †
e eu dise: "Eis
um povo transviado, *
seu coração não
conheceu os meus caminhos!"
E por isso lhes jurei
na minha ira: *
"Não entrarão no
meu repouso prometido! "
Ant.
Cristo por nós
padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant.
Cristo por nós
padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!
Ofício de Leituras
1 Jesus, Senhor
supremo,
do mundo redentor,
na cruz salvastes
todos,
da morte vencedor!
2 Mantende, suplicamos,
em nossos corações,
os dons que
conquistastes
por todas as nações.
3 Cordeiro imaculado,
pregado sobre a cruz,
lavastes nossas
vestes
em vosso sangue e
luz.
4 Aqueles que lavastes
com sangue de
Homem-Deus,
convosco ressurgidos,
levai-os para os
céus.
5 Ó povos redimidos,
ao Deus do céu
louvai,
Jesus nos fez,
morrendo,
um reino para o Pai.
Amém.
Ant. 1 Tranqüilo eu
adormeço e repouso em vossa paz.
Salmo 4
Quando eu chamo,
respondei-me, ó meu Deus, minha justiça! †
Vós que soubestes
aliviar-me nos momentos de aflição,*
atendei-me por
piedade e escutai minha oração!
Filhos dos homens,
até quando fechareis o coração? *
Por que amais a
ilusão e procurais a falsidade?
Compreendei que nosso
Deus faz maravilhas por seu servo, *
e que o Senhor me
ouvirá quando lhe faço a minha prece!
Se ficardes
revoltados, não pequeis por vossa ira; *
meditai nos vossos
leitos e calai o coração!
Sacrificai o que é
justo, e ao Senhor oferecei-o; *
confiai sempre no
Senhor, ele é a única esperança!
Muitos há que se
perguntam: “Quem nos dá felicidade?”*
Sobre nós fazei
brilhar o esplendor de vossa face!
Vós me destes, ó
Senhor, mais alegria ao coração, *
do que a outros na
fartura do seu trigo e vinho novo.
Eu tranqüilo vou
deitar-me e na paz logo adormeço, *
pois só vós, ó Senhor
Deus, dais segurança à minha vida!
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Tranqüilo eu
adormeço e repouso em vossa paz.
Apagam-se as duas velas
mais ao extremo do candelabro de trevas.
Ant. 2 Até meu corpo no
repouso está tranqüilo.
Salmo 15(16)
Guardai-me, ó Deus,
porque em vós me refugio! †
Digo ao Senhor:
“Somente vós sois meu Senhor: *
nenhum bem eu posso
achar fora de vós!”
Deus me inspirou uma
admirável afeição *
pelos santos que
habitam sua terra.
Multiplicam, no
entanto, suas dores *
os que correm para os
deuses estrangeiros;
seus sacrifícios
sangüinários não partilho, *
nem seus nomes
passarão pelos meus lábios.
Ó Senhor, sois minha
herança e minha taça, *
meu destino está
seguro em vossas mãos!
Foi demarcada para
mim a melhor terra, *
e eu exulto de
alegria em minha herança!
Eu bendigo o Senhor,
que me aconselha, *
e até de noite me
adverte o coração.
Tenho sempre o Senhor
ante meus olhos, *
pois se o tenho a meu
lado não vacilo.
Eis por que meu
coração está em festa, †
minha alma rejubila
de alegria, *
e até meu corpo no
repouso está tranqüilo;
pois não haveis de me
deixar entregue à morte, *
nem vosso amigo
conhecer a corrupção.
Vós me ensinais vosso
caminho para a vida; †
junto a vós,
felicidade sem limites, *
delícia eterna e
alegria ao vosso lado!
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Até meu corpo no
repouso está tranqüilo.
Apagam-se as duas velas
seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
Ant. 3 Elevai-vos bem mais
alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!
Salmo 23(24)
Ao Senhor pertence a
terra e o que ela encerra, *
o mundo inteiro com
os seres que o povoam;
porque ele a tornou
firme sobre os mares, *
e sobre as águas a
mantém inabalável.
“Quem subirá até o
monte do Senhor, *
quem ficará em sua
santa habitação?”
“Quem tem mãos puras
e inocente coração, †
quem não dirige sua
mente para o crime, *
nem jura falso para o
dano de seu próximo.
Sobre este desce a
bênção do Senhor *
e a recompensa de seu
Deus e Salvador”.
“É assim a geração
dos que o procuram, *
e do Deus de Israel
buscam a face”.
“Ó portas, levantai
vossos frontões! †
Elevai-vos bem mais
alto, antigas portas, *
a fim de que o Rei da
glória possa entrar!”
Dizei-nos: “Quem é
este Rei da glória?” †
“É o Senhor, o
valoroso, o onipotente, *
o Senhor, o poderoso
nas batalhas!”
“Ó portas, levantai
vossos frontões! †
Elevai-vos bem mais
alto, antigas portas, *
a fim de que o Rei da
glória possa entrar!”
Dizei-nos: “Quem é
este Rei da glória?” †
“O Rei da glória é o
Senhor onipotente, *
o Rei da glória é o
Senhor Deus do universo!”
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Elevai-vos bem mais
alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!
Apagam-se as duas velas
seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
V. Defendei a minha
causa e libertai-me.
R. Pela palavra que me
destes, dai-me a vida!
PRIMEIRA LEITURA
Da Carta aos Hebreus 4,1-13
Esforcemo-nos por entrar no repouso de
Deus
Irmãos: Tenhamos cuidado, enquanto nos é oferecida a oportunidade de
entrar no repouso
de Deus, não aconteça que alguém de vós fique para trás. Também nós,
como eles,
recebemos uma boa-nova. Mas a proclamação da palavra de nada lhes
adiantou, por não ter
sido acompanhada da fé naqueles que a tinham ouvido, enquanto nós, que
acreditamos,
entramos no seu repouso. É assim como ele falou:
“Por isso jurei na minha ira: jamais entrarão no meu repouso.”
Isso, não obstante as obras de Deus estarem terminadas desde a criação
do mundo. Pois,
em certos lugares, assim falou do sétimo dia: “E Deus repousou no sétimo
dia de todas as
suas obras”, e ainda novamente: “Não entrarão no meu repouso.” Então,
ainda há
oportunidade para alguns entrarem nesse repouso. E como os que primeiro
receberam o
anúncio não entraram por causa de sua incredulidade, Deus marca de novo
um dia, um
“hoje”, falando por Davi, muito tempo depois, como se disse acima:
“Hoje, se ouvirdes a
sua voz, não endureçais os vossos corações”.
Ora, se Josué lhes tivesse proporcionado esse repouso, não falaria de
outro dia depois. Portanto ainda está reservado um repouso sabático para o povo
de Deus. Pois aquele que
entrou no repouso de Deus está descansando de suas obras, assim como
Deus descansou das suas.
Esforcemo-nos, portanto, por entrar neste repouso, para que ninguém
repita o acima
referido exemplo de desobediência. A Palavra de Deus é viva, eficaz e
mais cortante do
que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito,
articulações e
medulas. Ela julga os pensamentos e as intenções do coração. E não há
criatura que possa
ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos, e é a
ela que devemos prestar contas.
RESPONSÓRIO Cf. Mt 27,66.60.62
R. Sepultado o Senhor,
rolaram uma pedra à entrada do túmulo e lacraram o sepulcro, * Colocando soldados a
fim de guardá-lo.
V. Os chefes do povo
chegaram a Pilatos e pediram que mandasse vigiar o sepulcro. * Colocando.
Apaga-se a próxima
vela, à esquerda, no candelabro de trevas.
SEGUNDA LEITURA
De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo
(PG43,439.451.462-463)
(Séc.IV)
A descida do Senhor à mansão dos mortos
Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um
grande silêncio e
uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a
terra estremeceu e
ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que
dormiam há
séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.
Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha
perdida. Faz questão
de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte.
Deus e seu Filho vão
ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos.
O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz
vitoriosa.
Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais,
batendo no peito
e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo
respondeu a Adão: “E
com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes,
levanta-te dentre
os mortos, e Cristo te iluminará.
Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por
aqueles que nasceram
de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na
prisão: ‘Saí!’; e aos
que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos entorpecidos:
‘Levantai-vos!’
Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para
permaneceres na mansão dos
mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos.
Levanta-te, obra das minhas
mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança.
Levanta-te,
saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.
Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei
tua condição de
escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e
fui até mesmo sepultado
debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio,
abandonado entre
os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um
jardim fui entregue aos
judeus e num jardim, crucificado.
Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro
da vida original. Vê
na minha face as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha
imagem, tua beleza
corrompida.
Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para
retirar de teus ombros o
peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz,
por causa de ti,
como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do
paraíso.
Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva
surgiu do teu, ao
adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai
arrancar-te do
sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.
Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu,
porém, já não te
coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a
árvore, símbolo da vida;
eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que,
como servos, te
guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas
Deus.
Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros,
construído o leito
nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos
adornados, abertos os
tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde
toda a eternidade”.
RESPONSÓRIO
R. Nosso pastor se
retirou, ele, a fonte de água viva; e o sol, na sua morte, escurecendo, se
apagou;
e aquele que trazia
prisioneiro o homem primeiro, por Cristo aprisionado. * Hoje o nosso Salvador
arrombou as portas da morte e quebrou os seus ferrolhos.
V. Destruiu as prisões
do inferno e derrubou o poder satânico. * Hoje.
Apaga-se a próxima
vela, à direita, no candelabro de trevas.
Laudes
Ant.
1 Lamentarão a sua
morte como a um filho primogênito, pois foi morto o Inocente, Jesus Cristo,
Senhor nosso.
Salmo 63(64)
Ó Deus, ouvi a minha
voz, o meu lamento! *
salvai-me a vida do
inimigo aterrador!
Protegei-me das
intrigas dos perversos *
e do tumulto dos
obreiros da maldade!
Eles afiam suas
línguas como espadas, *
lançam palavras
venenosas como flechas,
para ferir os
inocentes às ocultas *
e atingi-los de
repente, sem temor.
Uns aos outros se
encorajam para o mal *
e combinam às
ocultas, traiçoeiros,
onde pôr as
armadilhas preparadas, *
comentando entre si:
'Quem nos verá?'
Eles tramam e
disfarçam os seus crimes. *
É um abismo o coração
de cada homem!
Deus, porém, os
ferirá com suas flechas, *
e cairão todos
feridos, de repente.
Sua língua os levará
à perdição, *
e quem os vir meneará
sua cabeça;
com temor proclamará
a ação de Deus, *
e tirará uma lição de
sua obra.
O homem justo há de
alegrar-se no Senhor †
e junto dele
encontrará o seu refúgio,*
e os de reto coração
triunfarão.
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio,
agora e sempre. Amém.
Ant. Lamentarão a sua
morte como a um filho primogênito, pois foi morto o Inocente, Jesus Cristo,
Senhor nosso.
Apagam-se as duas velas
seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
Ant.
2 Das portas do abismo
livrai-me, Senhor!
Cântico Is 38,10-14.17-20
Eu dizia: 'É
necessário que eu me vá *
no apogeu de minha
vida e de meus dias;
para a mansão triste
dos mortos descerei, *
sem viver o que me
resta dos meus anos'.
Eu dizia: 'Não verei
o Senhor Deus †
sobre a terra dos
viventes nunca mais; *
nunca mais verei um
homem neste mundo!'
Minha morada foi à
força arrebatada, *
desarmada como a
tenda de um pastor.
Qual tecelão, eu ia
tecendo a minha vida, *
mas agora foi cortada
a sua trama.
Vou me acabando de
manhã até à tarde, *
passo a noite a gemer
até a aurora.
Como um leão que me
tritura os ossos todos, *
assim eu vou me
consumindo dia e noite.
O meu grito é
semelhante ao da andorinha, *
o meu gemido se
parece ao da rolinha.
Os meus olhos já se
cansam de elevar-se, *
de pedir-vos:
'Socorrei-me, Senhor Deus!'
Mas vós livrastes
minha vida do sepulcro, *
e lançastes para trás
os meus pecados.
Pois a mansão triste
dos mortos não vos louva, *
nem a morte poderá
agradecer-vos;
para quem desce à
sepultura é terminada *
a esperança em vosso
amor sempre fiel.
Só os vivos é que
podem vos louvar, *
como hoje eu vos
louvo agradecido.
O pai há de contar
para seus filhos *
vossa verdade e vosso
amor sempre fiel.
Senhor, salvai-me!
Vinde logo em meu auxílio, †
e a vida inteira
cantaremos nossos salmos, *
agradecendo ao Senhor
em sua casa.
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Das portas do abismo
livrai-me, Senhor!
Apagam-se as duas velas
seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
Ant.3 Estive morto e agora
vivo: sou o Vivente pelos séculos; tenho as chaves dos abismos e a vitória
sobre a morte.
Salmo 150
Louvai o Senhor Deus
no santuário, *
louvai-o no alto céu
de seu poder!
Louvai-o por seus
feitos grandiosos, *
louvai-o em sua
grandeza majestosa!
Louvai-o com o toque
da trombeta, *
louvai-o com a harpa
e com a cítara!
Louvai-o com a dança
e o tambor, *
louvai-o com as
cordas e as flautas!
Louvai-o com os
címbalos sonoros, *
louvai-o com os
címbalos de júbilo!
Louve a Deus tudo o
que vive e que respira, *
tudo cante os
louvores do Senhor!
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio,
agora e sempre. Amém.
Ant. Estive morto e agora
vivo: sou o Vivente pelos séculos; tenho as chaves dos abismos e a vitória
sobre a morte.
Apagam-se as duas velas
seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
Eis o que diz o Senhor: Em suas aflições me procurarão. Vinde, voltemos
para o Senhor,
ele nos feriu e há de tratar-nos, ele nos machucou e há de curar-nos. Em
dois dias, nos dará
vida, e, ao terceiro dia, há de restaurar-nos, e viveremos em sua
presença.
Em
lugar do responsório se diz, de joelhos:
Ant.
Jesus Cristo se
humilhou e se fez obediente, obediente até à morte e morte de cruz. Por isso
Deus o exaltou sobremaneira em sua glória, e deu-lhe o nome mais sublime,
muito acima de outro nome.
Durante
o Benedictus, se houver as seis velas do altar, o acólito responsável por
apagá-las, munido do apagador, dirige-se ao altar, faz a inclinação profunda, e
procede à cerimônia. A partir do sexto verso, ele vai à extrema esquerda do
altar, e apaga essa vela. Depois, vai à extrema direita, para apagar a vela
correspondente. Volta, então, à esquerda, para apagar a próxima, e, então, à
direita, e assim por diante, de modo a apagar todas as seis velas nos últimos
seis versos. Feita a cerimônia, inclina-se profundamente ao altar, e volta ao
seu lugar.
Ant.
Salvai-nos, Salvador
do universo! Por vossa cruz e vosso sangue nos remistes:
ajudai-nos, vos pedimos, nosso Deus!
Bendito † seja o Senhor Deus de
Israel, *
que a seu povo
visitou e libertou;
e fez surgir um
poderoso Salvador *
na casa de Davi, seu
servidor,
como falara pela boca
de seus santos, *
os profetas desde os
tempos mais antigos,
para salvar-nos do
poder dos inimigos *
e da mão de todos
quantos nos odeiam.
Assim mostrou
misericórdia a nossos pais, *
recordando a sua
santa Aliança
e o juramento a
Abraão, o nosso pai, *
de conceder-nos
que, libertos do inimigo,
a ele nós sirvamos
sem temor †
em santidade e em
justiça diante dele, *
enquanto perdurarem
nossos dias.
Serás profeta do
Altíssimo, ó menino, †
pois irás andando à
frente do Senhor *
para aplainar e
preparar os seus caminhos,
anunciando ao seu
povo a salvação, *
que está na remissão
de seus pecados.
Pelo amor do coração
de nosso Deus, *
Sol nascente que nos
veio visitar
lá do alto como luz
resplandecente *
a iluminar a quantos
jazem entre as trevas
e na sombra da morte
estão sentados †
e para dirigir os
nossos passos, *
guiando-nos no
caminho da paz.
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant.
Salvai-nos, Salvador
do universo! Por vossa cruz e vosso sangue nos remistes:
ajudai-nos, vos pedimos, nosso Deus!
Adoremos com sincera piedade a Cristo, nosso Redentor, que por nós
sofreu a Paixão e foi
sepultado para ressuscitar ao terceiro dia; e peçamos humildemente:
Senhor, tende piedade de nós!
Cristo, nosso Salvador, que junto à cruz e ao sepulcro quisestes ter
presente vossa Mãe dolorosa,
–
tornai-nos também
participantes da vossa Paixão por meio dos sofrimentos da vida.
Senhor, tende piedade de nós!
Cristo, nosso Senhor, que como grão de trigo caído na terra fizestes
germinar para nós o admirável fruto da vida eterna,
– dai-nos a graça de
morrer para o pecado e viver somente para Deus.
Senhor, tende piedade de nós!
Cristo, nosso Pastor, que jazendo no sepulcro quisestes vos ocultar da
vista de todos,
– ensinai-nos a amar
nossa vida escondida convosco em Deus Pai.
Senhor, tende piedade de nós!
Cristo, novo Adão, que descestes ao reino dos mortos para libertar os
justos que, desde a origem do mundo, lá estavam encarcerados,
– compadecei-vos dos
que estão mortos no túmulo de seus pecados, para que, escutando a vossa voz,
recuperem a vida.
Senhor, tende piedade de nós!
Cristo, Filho do Deus vivo, que pelo batismo nos sepultastes convosco,
– tornai-nos cada vez
mais semelhantes a vós, no mistério da vossa ressurreição, para que vivamos a
vida nova da graça.
Senhor, tende piedade de nós!
Pai nosso que estais
nos céus,
santificado seja o
vosso nome;
venha a nós o vosso reino,
seja feita a vossa
vontade,
assim na terra como
no céu;
o pão nosso de cada
dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas
ofensas,
assim como nós
perdoamos
a quem nos tem
ofendido,
e não nos deixeis
cair em tentação,
mas livrai-nos do
mal.
Pai cheio de bondade, vosso Filho unigênito desceu à mansão dos mortos e
dela surgiu
vitorioso: concedei aos vossos fiéis, sepultados com ele no batismo,
que, pela força de sua
ressurreição, participem da vida eterna, com ele. Que convosco vive e
reina, na unidade do
Espírito Santo.
R.
Amém.
Se um sacerdote ou
diácono preside o Ofício, é ele quem despede o povo, dizendo:
V. O Senhor esteja
convosco.
R. Ele está no meio de
nós.
V. Abençoe-vos Deus
todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo.
R. Amém.
Dada a bênção,
acrescenta-se:
V. Ide em paz e o
Senhor vos acompanhe.
R. Graças a Deus.
Não havendo
sacerdote, ou diácono, e na recitação individual, conclui-se assim:
O Senhor nos abençoe,
nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.
R. Amém.
Faz-se
o strepitus com um pedaço de madeira ou o breviário, significando o
terremoto ocorrido na morte de Jesus. Os demais podem juntar-se ao strepitus
com seus breviários. Apaga-se a última vela do candelabro de trevas.
13
Nenhum comentário:
Postar um comentário