sábado, 29 de março de 2014

Ofício das Trevas - Sábado da Semana Santa

Ofício das Trevas

Sábado da Semana Santa





Este ofício é a recitação do Ofício de Leituras combinado com Laudes, na madrugada ou manhã do Sábado da Semana Santa.

Havendo sacerdote ou diácono, ele preside, de acordo com a precedência. Deve vestir vestes corais de acordo com seu estado. Não se usam estolas ou pluviais. Os demais clérigos usam também vestes corais. Se um sacerdote ou diácono presidir, deve haver um cerimoniário e alguns acólitos, com sobrepelizes. Um dos acólitos é o encarregado de extinguir as velas após os salmos. É bom haver um grupo de cantores, para entoar os hinos, as antífonas e os salmos.

Se apenas leigos celebrarem o Ofício, um deles dirigirá, com as adaptações indicadas. Se esses leigos forem seminaristas ou religiosos, usarão veste talar ou hábito, com sobrepeliz.

No centro do local onde se celebra o Ofício das Trevas, preferencialmente no coro antes do presbitério, coloca-se um ambão, de onde se dirá os salmos, leituras e orações. O presbítero sentará na sede, acompanhado de dois diáconos, ou de um diácono e o cerimoniário, ou do cerimoniário e outro acólito, se houver. Sendo o diácono a presidir, senta-se ao seu lado o cerimoniário e outro acólito, se houver. O Bispo senta-se no trono ou no faldistório, de acordo com as regras do Cerimonial dos Bispos.

O candelabro de trevas, constando de quinze velas, é colocado em frente ao altar, à sua direita. Essas velas serão apagadas, aos poucos, durante o rito. Além do candelabro de trevas, seis velas podem estar acesas no altar, como se faz durante a Missa Solene, e serão apagadas durante o Benedictus. Um apagador de velas é colocado perto do candelabro de trevas.

Não se usa cruz processional nem velas processionais ou tochas durante o Ofício das Trevas.

Dando início à celebração, os clérigos em veste coral, cerimoniários, acólitos e cantores ou coro entram em silêncio e reverência, de forma processional, vindo o celebrante por último, e se aproximam do altar. Genuflectem ao Santíssimo Sacramento, ou, em sua falta, inclinam-se profundamente diante do altar, e vão para seus lugares.

Para a extinção de cada vela, o acólito responsável pega o apagador, reverencia o altar e vai ao candelabro para cumprir sua função.

No invitatório, no hino, no Evangelho, no Benedictus, nas preces e na oração, bem como na despedida, todos permanecem de pé. Nos salmos e leituras, permanecem sentados, exceto quem lê ou entoa o salmo. No invitatório, faz-se o sinal-da-cruz na boca, e no Benedictus e na bênção, o grande sinal-da-cruz.



Invitatório

V: † Abri os meus lábios, ó Senhor.
R: E minha boca anunciará vosso louvor.

Salmo 94 (95)
Convite ao louvor de Deus
Animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser ‘hoje’. (Hb 3,13)

Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!

Vinde, exultemos de alegria no Senhor; *
aclamemos o rochedo que nos salva.
Ao seu encontro caminhemos com louvores, *
e com cantos de alegria o celebremos!

Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!

Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *
o grande Rei, muito maior que os deuses todos.
Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *
e as alturas das montanhas lhe pertencem;
o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas mãos a modelaram.

Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!

Vinde adoremos e protremo-nos por terra, *
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho, *
as ovelhas que conduz com sua mão.

Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!

Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †
"Não fecheis os corações como em Meriba, *
como em Massa, no deserto, aquele dia,
em que outrora vossos pais me provocaram, *
apesar de terem visto as minhas obras. "

Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!

Quarenta anos desgostou-me aquela raça, †
e eu dise: "Eis um povo transviado, *
seu coração não conheceu os meus caminhos!"
E por isso lhes jurei na minha ira: *
"Não entrarão no meu repouso prometido! "

Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!

Ofício de Leituras


1 Jesus, Senhor supremo,
do mundo redentor,
na cruz salvastes todos,
da morte vencedor!


2 Mantende, suplicamos,
em nossos corações,
os dons que conquistastes
por todas as nações.


3 Cordeiro imaculado,
pregado sobre a cruz,
lavastes nossas vestes
em vosso sangue e luz.


4 Aqueles que lavastes
com sangue de Homem-Deus,
convosco ressurgidos,
levai-os para os céus.


5 Ó povos redimidos,
ao Deus do céu louvai,
Jesus nos fez, morrendo,
um reino para o Pai. Amém.


Ant. 1 Tranqüilo eu adormeço e repouso em vossa paz. 
Salmo 4 
Quando eu chamo, respondei-me, ó meu Deus, minha justiça! †
Vós que soubestes aliviar-me nos momentos de aflição,*
atendei-me por piedade e escutai minha oração!


Filhos dos homens, até quando fechareis o coração? *
Por que amais a ilusão e procurais a falsidade?


Compreendei que nosso Deus faz maravilhas por seu servo, *
e que o Senhor me ouvirá quando lhe faço a minha prece!


Se ficardes revoltados, não pequeis por vossa ira; *
meditai nos vossos leitos e calai o coração!


Sacrificai o que é justo, e ao Senhor oferecei-o; *
confiai sempre no Senhor, ele é a única esperança!


Muitos há que se perguntam: “Quem nos dá felicidade?”*
Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!


Vós me destes, ó Senhor, mais alegria ao coração, *
do que a outros na fartura do seu trigo e vinho novo.


Eu tranqüilo vou deitar-me e na paz logo adormeço, *
pois só vós, ó Senhor Deus, dais segurança à minha vida!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Tranqüilo eu adormeço e repouso em vossa paz. 
Apagam-se as duas velas mais ao extremo do candelabro de trevas.


Ant. 2 Até meu corpo no repouso está tranqüilo. 
Salmo 15(16) 
Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! †
Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor: *
nenhum bem eu posso achar fora de vós!”


Deus me inspirou uma admirável afeição *
pelos santos que habitam sua terra.


Multiplicam, no entanto, suas dores *
os que correm para os deuses estrangeiros;
seus sacrifícios sangüinários não partilho, *
nem seus nomes passarão pelos meus lábios.


Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, *
meu destino está seguro em vossas mãos!
Foi demarcada para mim a melhor terra, *
e eu exulto de alegria em minha herança!


Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, *
e até de noite me adverte o coração.
Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, *
pois se o tenho a meu lado não vacilo.


Eis por que meu coração está em festa, †
minha alma rejubila de alegria, *
e até meu corpo no repouso está tranqüilo;


pois não haveis de me deixar entregue à morte, *
nem vosso amigo conhecer a corrupção.


Vós me ensinais vosso caminho para a vida; †
junto a vós, felicidade sem limites, *
delícia eterna e alegria ao vosso lado!

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Até meu corpo no repouso está tranqüilo. 
Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.


Ant. 3 Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar! 
Salmo 23(24)

Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, *
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
porque ele a tornou firme sobre os mares, *
e sobre as águas a mantém inabalável.


“Quem subirá até o monte do Senhor, *
quem ficará em sua santa habitação?”
“Quem tem mãos puras e inocente coração, †
quem não dirige sua mente para o crime, *
nem jura falso para o dano de seu próximo.


Sobre este desce a bênção do Senhor *
e a recompensa de seu Deus e Salvador”.
“É assim a geração dos que o procuram, *
e do Deus de Israel buscam a face”.


“Ó portas, levantai vossos frontões! †
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, *
a fim de que o Rei da glória possa entrar!”


Dizei-nos: “Quem é este Rei da glória?” †
“É o Senhor, o valoroso, o onipotente, *
o Senhor, o poderoso nas batalhas!”


“Ó portas, levantai vossos frontões! †
Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, *
a fim de que o Rei da glória possa entrar!”


Dizei-nos: “Quem é este Rei da glória?” †
“O Rei da glória é o Senhor onipotente, *
o Rei da glória é o Senhor Deus do universo!” 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.


Ant. Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!


Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.

V. Defendei a minha causa e libertai-me.
R. Pela palavra que me destes, dai-me a vida!

PRIMEIRA LEITURA


Da Carta aos Hebreus 4,1-13
Esforcemo-nos por entrar no repouso de Deus

Irmãos: Tenhamos cuidado, enquanto nos é oferecida a oportunidade de entrar no repouso
de Deus, não aconteça que alguém de vós fique para trás. Também nós, como eles,
recebemos uma boa-nova. Mas a proclamação da palavra de nada lhes adiantou, por não ter
sido acompanhada da fé naqueles que a tinham ouvido, enquanto nós, que acreditamos,
entramos no seu repouso. É assim como ele falou:


“Por isso jurei na minha ira: jamais entrarão no meu repouso.”


Isso, não obstante as obras de Deus estarem terminadas desde a criação do mundo. Pois,
em certos lugares, assim falou do sétimo dia: “E Deus repousou no sétimo dia de todas as
suas obras”, e ainda novamente: “Não entrarão no meu repouso.” Então, ainda há
oportunidade para alguns entrarem nesse repouso. E como os que primeiro receberam o
anúncio não entraram por causa de sua incredulidade, Deus marca de novo um dia, um
“hoje”, falando por Davi, muito tempo depois, como se disse acima: “Hoje, se ouvirdes a
sua voz, não endureçais os vossos corações”.


Ora, se Josué lhes tivesse proporcionado esse repouso, não falaria de outro dia depois. Portanto ainda está reservado um repouso sabático para o povo de Deus. Pois aquele que
entrou no repouso de Deus está descansando de suas obras, assim como Deus descansou das suas.


Esforcemo-nos, portanto, por entrar neste repouso, para que ninguém repita o acima
referido exemplo de desobediência. A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do
que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e
medulas. Ela julga os pensamentos e as intenções do coração. E não há criatura que possa
ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos, e é a ela que devemos prestar contas.


RESPONSÓRIO Cf. Mt 27,66.60.62


R. Sepultado o Senhor, rolaram uma pedra à entrada do túmulo e lacraram o sepulcro, * Colocando soldados a fim de guardá-lo.
V. Os chefes do povo chegaram a Pilatos e pediram que mandasse vigiar o sepulcro. * Colocando.

Apaga-se a próxima vela, à esquerda, no candelabro de trevas.


SEGUNDA LEITURA

De uma antiga Homilia no grande Sábado Santo


(PG43,439.451.462-463)
(Séc.IV)


A descida do Senhor à mansão dos mortos


Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e
uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e
ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há
séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.


Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão
de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão
ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos.


O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa.
Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito
e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E
com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre
os mortos, e Cristo te iluminará.


Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceram
de ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: ‘Saí!’; e aos
que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos entorpecidos: ‘Levantai-vos!’


Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na mansão dos
mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas
mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te,
saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.


Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de
escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado
debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre
os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos
judeus e num jardim, crucificado.


Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê
na minha face as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, tua beleza
corrompida.


Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus ombros o
peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti,
como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso.


Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao
adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do
sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.


Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te
coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida;
eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te
guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus.


Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito
nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os
tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade”.

RESPONSÓRIO

R. Nosso pastor se retirou, ele, a fonte de água viva; e o sol, na sua morte, escurecendo, se apagou;
e aquele que trazia prisioneiro o homem primeiro, por Cristo aprisionado. * Hoje o nosso Salvador arrombou as portas da morte e quebrou os seus ferrolhos.
V. Destruiu as prisões do inferno e derrubou o poder satânico. * Hoje.

Apaga-se a próxima vela, à direita, no candelabro de trevas.

Laudes


Ant. 1 Lamentarão a sua morte como a um filho primogênito, pois foi morto o Inocente, Jesus Cristo, Senhor nosso.


Salmo 63(64)


Ó Deus, ouvi a minha voz, o meu lamento! *
salvai-me a vida do inimigo aterrador!
Protegei-me das intrigas dos perversos *
e do tumulto dos obreiros da maldade!


Eles afiam suas línguas como espadas, *
lançam palavras venenosas como flechas,
para ferir os inocentes às ocultas *
e atingi-los de repente, sem temor.


Uns aos outros se encorajam para o mal *
e combinam às ocultas, traiçoeiros,
onde pôr as armadilhas preparadas, *
comentando entre si: 'Quem nos verá?'


Eles tramam e disfarçam os seus crimes. *
É um abismo o coração de cada homem!
Deus, porém, os ferirá com suas flechas, *
e cairão todos feridos, de repente.


Sua língua os levará à perdição, *
e quem os vir meneará sua cabeça;
com temor proclamará a ação de Deus, *
e tirará uma lição de sua obra.


O homem justo há de alegrar-se no Senhor †
e junto dele encontrará o seu refúgio,*
e os de reto coração triunfarão.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Lamentarão a sua morte como a um filho primogênito, pois foi morto o Inocente, Jesus Cristo, Senhor nosso.

Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.


Ant. 2 Das portas do abismo livrai-me, Senhor!


Cântico Is 38,10-14.17-20 
Eu dizia: 'É necessário que eu me vá *
no apogeu de minha vida e de meus dias;
para a mansão triste dos mortos descerei, *
sem viver o que me resta dos meus anos'.


Eu dizia: 'Não verei o Senhor Deus †
sobre a terra dos viventes nunca mais; *
nunca mais verei um homem neste mundo!'


Minha morada foi à força arrebatada, *
desarmada como a tenda de um pastor.
Qual tecelão, eu ia tecendo a minha vida, *
mas agora foi cortada a sua trama.


Vou me acabando de manhã até à tarde, *
passo a noite a gemer até a aurora.
Como um leão que me tritura os ossos todos, *
assim eu vou me consumindo dia e noite.


O meu grito é semelhante ao da andorinha, *
o meu gemido se parece ao da rolinha.
Os meus olhos já se cansam de elevar-se, *
de pedir-vos: 'Socorrei-me, Senhor Deus!'


Mas vós livrastes minha vida do sepulcro, *
e lançastes para trás os meus pecados.
Pois a mansão triste dos mortos não vos louva, *
nem a morte poderá agradecer-vos;


para quem desce à sepultura é terminada *
a esperança em vosso amor sempre fiel.
Só os vivos é que podem vos louvar, *
como hoje eu vos louvo agradecido.


O pai há de contar para seus filhos *
vossa verdade e vosso amor sempre fiel.
Senhor, salvai-me! Vinde logo em meu auxílio, †
e a vida inteira cantaremos nossos salmos, *
agradecendo ao Senhor em sua casa. 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.


Ant. Das portas do abismo livrai-me, Senhor!

Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.


Ant.3 Estive morto e agora vivo: sou o Vivente pelos séculos; tenho as chaves dos abismos e a vitória sobre a morte.


Salmo 150 
Louvai o Senhor Deus no santuário, *
louvai-o no alto céu de seu poder!
Louvai-o por seus feitos grandiosos, *
louvai-o em sua grandeza majestosa!


Louvai-o com o toque da trombeta, *
louvai-o com a harpa e com a cítara!
Louvai-o com a dança e o tambor, *
louvai-o com as cordas e as flautas!


Louvai-o com os címbalos sonoros, *
louvai-o com os címbalos de júbilo!
Louve a Deus tudo o que vive e que respira, *
tudo cante os louvores do Senhor! 
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.


Ant. Estive morto e agora vivo: sou o Vivente pelos séculos; tenho as chaves dos abismos e a vitória sobre a morte.

Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.

LEITURA BREVE Os 5, 15d-6,2

Eis o que diz o Senhor: Em suas aflições me procurarão. Vinde, voltemos para o Senhor,
ele nos feriu e há de tratar-nos, ele nos machucou e há de curar-nos. Em dois dias, nos dará
vida, e, ao terceiro dia, há de restaurar-nos, e viveremos em sua presença.

Em lugar do responsório se diz, de joelhos:


Ant. Jesus Cristo se humilhou e se fez obediente, obediente até à morte e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou sobremaneira em sua glória, e deu-lhe o nome mais sublime,
muito acima de outro nome.

BENEDICTUS Lc 1, 68-79

Durante o Benedictus, se houver as seis velas do altar, o acólito responsável por apagá-las, munido do apagador, dirige-se ao altar, faz a inclinação profunda, e procede à cerimônia. A partir do sexto verso, ele vai à extrema esquerda do altar, e apaga essa vela. Depois, vai à extrema direita, para apagar a vela correspondente. Volta, então, à esquerda, para apagar a próxima, e, então, à direita, e assim por diante, de modo a apagar todas as seis velas nos últimos seis versos. Feita a cerimônia, inclina-se profundamente ao altar, e volta ao seu lugar.

Ant. Salvai-nos, Salvador do universo! Por vossa cruz e vosso sangue nos remistes:
ajudai-nos, vos pedimos, nosso Deus!

Bendito seja o Senhor Deus de Israel, *
que a seu povo visitou e libertou;
e fez surgir um poderoso Salvador *
na casa de Davi, seu servidor,
como falara pela boca de seus santos, *
os profetas desde os tempos mais antigos,
para salvar-nos do poder dos inimigos *
e da mão de todos quantos nos odeiam.
Assim mostrou misericórdia a nossos pais, *
recordando a sua santa Aliança
e o juramento a Abraão, o nosso pai, *
de conceder-nos  que, libertos do inimigo,
a ele nós sirvamos sem temor †
em santidade e em justiça diante dele, *
enquanto perdurarem nossos dias.
Serás profeta do Altíssimo, ó menino, †
pois irás andando à frente do Senhor *
para aplainar e preparar os seus caminhos,
anunciando ao seu povo a salvação, *
que está na remissão de seus pecados.
Pelo amor do coração de nosso Deus, *
Sol nascente que nos veio visitar
lá do alto como luz resplandecente *
a iluminar a quantos jazem entre as trevas
e na sombra da morte estão sentados †
e para dirigir os nossos passos, *
guiando-nos no caminho da paz.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Salvai-nos, Salvador do universo! Por vossa cruz e vosso sangue nos remistes:
ajudai-nos, vos pedimos, nosso Deus!


Adoremos com sincera piedade a Cristo, nosso Redentor, que por nós sofreu a Paixão e foi
sepultado para ressuscitar ao terceiro dia; e peçamos humildemente:
Senhor, tende piedade de nós!

Cristo, nosso Salvador, que junto à cruz e ao sepulcro quisestes ter presente vossa Mãe dolorosa,
tornai-nos também participantes da vossa Paixão por meio dos sofrimentos da vida.
Senhor, tende piedade de nós!


Cristo, nosso Senhor, que como grão de trigo caído na terra fizestes germinar para nós o admirável fruto da vida eterna,
dai-nos a graça de morrer para o pecado e viver somente para Deus.
Senhor, tende piedade de nós!


Cristo, nosso Pastor, que jazendo no sepulcro quisestes vos ocultar da vista de todos,
ensinai-nos a amar nossa vida escondida convosco em Deus Pai.
Senhor, tende piedade de nós!

Cristo, novo Adão, que descestes ao reino dos mortos para libertar os justos que, desde a origem do mundo, lá estavam encarcerados,
compadecei-vos dos que estão mortos no túmulo de seus pecados, para que, escutando a vossa voz, recuperem a vida.
Senhor, tende piedade de nós!


Cristo, Filho do Deus vivo, que pelo batismo nos sepultastes convosco,
tornai-nos cada vez mais semelhantes a vós, no mistério da vossa ressurreição, para que vivamos a vida nova da graça.
Senhor, tende piedade de nós!

Pai nosso que estais nos céus,
santificado seja o vosso nome;
venha a nós o vosso reino,
seja feita a vossa vontade,
assim na terra como no céu;
o pão nosso de cada dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos
a quem nos tem ofendido,
e não nos deixeis cair em tentação,
mas livrai-nos do mal.


Pai cheio de bondade, vosso Filho unigênito desceu à mansão dos mortos e dela surgiu
vitorioso: concedei aos vossos fiéis, sepultados com ele no batismo, que, pela força de sua
ressurreição, participem da vida eterna, com ele. Que convosco vive e reina, na unidade do
Espírito Santo.
R. Amém.

Se um sacerdote ou diácono preside o Ofício, é ele quem despede o povo, dizendo:
V. O Senhor esteja convosco.
R. Ele está no meio de nós.
V. Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.
R. Amém.

Dada a bênção, acrescenta-se:
V. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe.
R. Graças a Deus.

Não havendo sacerdote, ou diácono, e na recitação individual, conclui-se assim:
O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.
R. Amém.

Faz-se o strepitus com um pedaço de madeira ou o breviário, significando o terremoto ocorrido na morte de Jesus. Os demais podem juntar-se ao strepitus com seus breviários. Apaga-se a última vela do candelabro de trevas.



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