Ofício das Trevas
Quinta-feira da Semana Santa
Este
ofício é a recitação do Ofício de Leituras combinado com Laudes, na madrugada
ou manhã da Quinta-feira da Semana Santa.
Havendo
sacerdote ou diácono, ele preside, de acordo com a precedência. Deve vestir
vestes corais de acordo com seu estado. Não se usam estolas ou pluviais. Os
demais clérigos usam também vestes corais. Se um sacerdote ou diácono presidir,
deve haver um cerimoniário e alguns acólitos, com sobrepelizes. Um dos acólitos
é o encarregado de extinguir as velas após os salmos. É bom haver um grupo de
cantores, para entoar os hinos, as antífonas e os salmos.
Se
apenas leigos celebrarem o Ofício, um deles dirigirá, com as adaptações
indicadas. Se esses leigos forem seminaristas ou religiosos, usarão veste talar
ou hábito, com sobrepeliz.
No
centro do local onde se celebra o Ofício das Trevas, preferencialmente no coro
antes do presbitério, coloca-se um ambão, de onde se dirá os salmos, leituras e
orações. O presbítero sentará na sede, acompanhado de dois diáconos, ou de um
diácono e o cerimoniário, ou do cerimoniário e outro acólito, se houver. Sendo
o diácono a presidir, senta-se ao seu lado o cerimoniário e outro acólito, se
houver. O Bispo senta-se no trono ou no faldistório, de acordo com as regras do
Cerimonial dos Bispos.
O
candelabro de trevas, constando de quinze velas, é colocado em frente ao altar,
à sua direita. Essas velas serão apagadas, aos poucos, durante o rito. Além do
candelabro de trevas, seis velas podem estar acesas no altar, como se faz
durante a Missa Solene, e serão apagadas durante o Benedictus. Um
apagador de velas é colocado perto do candelabro de trevas.
Não
se usa cruz processional nem velas processionais ou tochas durante o Ofício das
Trevas.
Dando
início à celebração, os clérigos em veste coral, cerimoniários, acólitos e
cantores ou coro entram em silêncio e reverência, de forma processional, vindo
o celebrante por último, e se aproximam do altar. Genuflectem ao Santíssimo
Sacramento, ou, em sua falta, inclinam-se profundamente diante do altar, e vão
para seus lugares.
Para
a extinção de cada vela, o acólito responsável pega o apagador, reverencia o
altar e vai ao candelabro para cumprir sua função.
No
invitatório, no hino, no Evangelho, no Benedictus, nas preces e na oração, bem
como na despedida, todos permanecem de pé. Nos salmos e leituras, permanecem
sentados, exceto quem lê ou entoa o salmo. No invitatório, faz-se o
sinal-da-cruz na boca, e no Benedictus e na bênção, o grande sinal-da-cruz.
Invitatório
V: † Abri os meus lábios,
ó Senhor.
R: E minha boca
anunciará vosso louvor.
Salmo 94 (95)
Convite ao louvor de
Deus
Animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser
‘hoje’. (Hb 3,13)
Ant.
Cristo por nós foi
tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!
Vinde, exultemos de
alegria no Senhor; *
aclamemos o rochedo
que nos salva.
Ao seu encontro
caminhemos com louvores, *
e com cantos de
alegria o celebremos!
Ant.
Cristo por nós foi
tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!
Na verdade, o Senhor
é o grande Deus, *
o grande Rei, muito
maior que os deuses todos.
Tem nas mãos as
profundezas dos abismos, *
e as alturas das
montanhas lhe pertencem;
o mar é dele, pois
foi ele quem o fez, *
e a terra firme suas
mãos a modelaram.
Ant.
Cristo por nós foi
tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!
Vinde adoremos e
protremo-nos por terra, *
e ajoelhemos ante o
Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso
Deus, nosso Pastor, †
e nós somos o seu
povo e seu rebanho, *
as ovelhas que conduz
com sua mão.
Ant.
Cristo por nós foi
tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!
Oxalá ouvísseis hoje
a sua voz: †
"Não fecheis os
corações como em Meriba, *
como em Massa, no
deserto, aquele dia,
em que outrora vossos
pais me provocaram, *
apesar de terem visto
as minhas obras. "
Ant.
Cristo por nós foi
tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!
Quarenta anos
desgostou-me aquela raça, †
e eu dise: "Eis
um povo transviado, *
seu coração não
conheceu os meus caminhos!"
E por isso lhes jurei
na minha ira: *
"Não entrarão no
meu repouso prometido! "
Ant.
Cristo por nós foi
tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Cristo por nós foi
tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!
Ofício de Leituras
1 Cantem meus lábios a
luta
que sobre a cruz se
travou;
cantem o nobre
triunfo
que no madeiro
alcançou
o Redentor do
Universo
quando por nós se
imolou.
2 O Criador teve pena
do primitivo casal,
que foi ferido de
morte,
comendo o fruto
fatal,
e marcou logo outra
árvore,
para curar-nos do
mal.
3 Tal ordem foi
exigida
na obra da salvação:
cai o inimigo no laço
de sua própria
invenção.
Do próprio lenho da
morte
Deus fez nascer
redenção.
4 Na plenitude dos
tempos,
a hora santa chegou
e, pelo Pai enviado,
nasceu do mundo o
autor;
e duma Virgem no seio
a nossa carne tomou.
5 Seis lustros tendo
passado,
cumpriu a sua missão.
Só para ela nascido,
livre se entrega à
Paixão.
Na cruz se eleva o
Cordeiro,
como perfeita
oblação.
6 Glória e poder à
Trindade.
Ao Pai e ao Filho,
louvor.
Honra ao Espírito
Santo.
Eterna glória ao
Senhor,
que nos salvou pela
graça
e nos remiu pelo
amor. Amém.
Ant. 1 Estou cansado de
gritar e de esperar pelo meu Deus
Salmo 68(69),2-22.30-37
O zelo pela vossa casa me devora
Deram vinho misturado com fel para
Jesus beber. (Mt 27,34)
I
Salvai-me, ó meu
Deus, porque as águas *
até o meu pescoço já
chegaram!
Na lama do abismo eu
me afundo *
e não encontro um
apoio para os pés.
Nestas águas muito
fundas vim cair, *
e as ondas já começam
a cobrir-me!
À força de gritar,
estou cansado; *
minha garganta já
ficou enrouquecida.
Os meus olhos já
perderam sua luz, *
de tanto esperar pelo
meu Deus!
Mais numerosos que os
cabelos da cabeça, *
são aqueles que me
odeiam sem motivo;
meus inimigos são
mais fortes do que eu; *
contra mim eles se
voltam com mentiras!
Por acaso poderei restituir
*
alguma coisa que de
outros não roubei?
Ó Senhor, vós
conheceis minhas loucuras, *
e minha falta não se
esconde a vossos olhos.
Por minha causa não
deixeis desiludidos *
os que esperam sempre
em vós, Deus do universo!
Que eu não seja a
decepção e a vergonha *
dos que vos buscam,
Senhor Deus de Israel!
Por vossa causa é que
sofri tantos insultos, *
e o meu rosto se
cobriu de confusão;
eu me tornei como um
estranho a meus irmãos, *
como estrangeiro para
os filhos de minha mãe.
Pois meu zelo e meu
amor por vossa casa *
me devoram como fogo
abrasador;
e os insultos de
infiéis que vos ultrajam *
recaíram todos eles
sobre mim!
Se aflijo a minha
alma com jejuns, *
fazem disso uma razão
para insultar-me;
se me visto com
sinais de penitência, *
eles fazem zombaria e
me escarnecem!
Falam de mim os que
se assentam junto às portas, *
sou motivo de
canções, até de bêbados!
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Estou cansado de
gritar e de esperar pelo meu Deus
Apagam-se as duas velas
mais ao extremo do candelabro de trevas.
Ant. 2 Deram-me fel como se fosse um alimento, em minha sede ofereceram-me vinagre.
II
Por isso elevo para
vós minha oração, *
neste tempo
favorável, Senhor Deus!
Respondei-me pelo
vosso imenso amor, *
pela vossa salvação
que nunca falha!
Retirai-me deste
lodo, pois me afundo! †
Libertai-me, ó
Senhor, dos que me odeiam, *
e salvai-me destas
águas tão profundas!
Que as águas
turbulentas não me arrastem, †
não me devorem
violentos turbilhões, *
nem a cova feche a
boca sobre mim!
Senhor, ouvi-me pois
suave é vossa graça, *
ponde os olhos sobre
mim com grande amor!
Não oculteis a vossa
face ao vosso servo! *
Como eu sofro!
Respondei-me bem depressa!
Aproximai-vos de
minh’alma e libertai-me, *
apesar da multidão
dos inimigos!
Vós conheceis minha
vergonha e meu opróbrio, †
minhas injúrias,
minha grande humilhação; *
os que me afligem
estão todos ante vós!
O insulto me partiu o
coração; *
não suportei,
desfaleci de tanta dor!
Eu esperei que alguém
de mim tivesse pena, †
mas foi em vão, pois
a ninguém pude encontrar; *
procurei quem me
aliviasse e não achei!
Deram-me fel como se
fosse um alimento, *
em minha sede ofereceram-me
vinagre!
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Deram-me fel como se fosse um alimento, em minha sede ofereceram-me vinagre.
Apagam-se as duas velas
seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
Ant. 3 Procurai o Senhor continuamente, e o vosso coração reviverá.
III
Pobre de mim, sou
infeliz e sofredor! *
Que vosso auxílio me
levante, Senhor Deus!
Cantando eu louvarei
o vosso nome *
e agradecido
exultarei de alegria!
Isto será mais
agradável ao Senhor, *
que o sacrifício de
novilhos e de touros.
Humildes, vede isto e
alegrai-vos: †
o vosso coração
reviverá, *
se procurardes o
Senhor continuamente!
Pois nosso Deus
atende à prece dos seus pobres, *
e não despreza o
clamor de seus cativos.
Que céus e terra
glorifiquem o Senhor *
com o mar e todo ser
que neles vive!
Sim, Deus virá e
salvará Jerusalém, †
reconstruindo as
cidades de Judá, *
onde os pobres
morarão, sendo seus donos.
A descendência de
seus servos há de herdá-las, †
e os que amam o santo
nome do Senhor *
dentro delas fixarão
sua morada!
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. Procurai o Senhor continuamente, e o vosso coração reviverá.
Apagam-se as duas velas
seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
V. Quando eu for
elevado da terra,
R. Atrairei para mim
todo ser.
PRIMEIRA LEITURA
Da Carta aos Hebreus 4,14–5,10
Jesus Cristo, sumo sacerdote
Irmãos: Temos um sumo-sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o
Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. Com efeito,
temos um sumo-sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele
mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos
então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia
e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno.
De fato, todo o sumo sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído
em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e
sacrifícios pelos pecados. Sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no
erro, porque ele mesmo está cercado de fraqueza. Por isso, deve oferecer
sacrifícios tanto pelos pecados do povo, quanto pelos seus próprios. Ninguém
deve atribuir-se esta honra, senão o que foi chamado por Deus, como Aarão.
Deste modo, também Cristo não se atribuiu a si mesmo a honra de ser
sumo-sacerdote, mas foi aquele que lhe disse: “Tu és o meu Filho, eu hoje te
gerei”. Como diz em outra passagem: “Tu és sacerdote para sempre, na ordem de
Melquisedec.”
Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com
forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi
atendido, por causa de sua entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que
significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação de
sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem. De
fato, ele foi por Deus proclamado sumo-sacerdote na ordem de Melquisedec.
RESPONSÓRIO Cf. Hb 5,8.9.7
R. Embora fosse o próprio Filho, aprendeu a obediência através do
sofrimento * E para quem lhe obedece tornou-se uma fonte de eterna salvação.
V. Nos seus dias deste mundo fez subir preces e súplicas com
clamores veementes e por sua piedade Jesus foi atendido. * E para quem lhe obedece tornou-se uma
fonte de eterna salvação.
Apaga-se a próxima
vela, à esquerda, no candelabro de trevas.
SEGUNDA LEITURA
Da Homilia sobre a
Páscoa, de Melitão de Sardes, bispo
(N. 65-71: SCh 123,94-100)
(Séc. II)
O Cordeiro imolado libertou-nos da
morte para a vida
Muitas coisas foram preditas pelos profetas sobre o mistério da Páscoa,
que é Cristo, a quem seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém
(Gl 1,5). Ele desceu dos céus à terra para curar a enfermidade do homem;
revestiu-se da nossa natureza no seio da Virgem e se fez homem; tomou sobre si
os sofrimentos do homem enfermo num corpo sujeito ao sofrimento, e destruiu as
paixões da carne; seu espírito, que não pode morrer, matou a morte homicida.
Foi levado como cordeiro e morto como ovelha; libertou-nos das seduções
do mundo, como outrora tirou os israelitas do Egito; salvou-nos da escravidão
do demônio, como outrora fez sair Israel das mãos do faraó; marcou nossas almas
com o sinal do seu Espírito e os nossos corpos com seu sangue.
Foi ele que venceu a morte e confundiu o demônio, como outrora Moisés ao
faraó. Foi ele que destruiu a iniqüidade e condenou a injustiça à esterilidade,
como Moisés ao Egito.
Foi ele que nos fez passar da escravidão para a liberdade, das trevas
para a luz, da morte para a vida, da tirania para o reino sem fim, e fez de nós
um sacerdócio novo, um povo eleito para sempre. Ele é a Páscoa da nossa
salvação.
Foi ele que tomou sobre si os sofrimentos de muitos: foi morto em Abel;
amarrado de pés e mãos em Isaac; exilado de sua terra em Jacó; vendido em José;
exposto em Moisés; sacrificado no cordeiro pascal; perseguido em Davi e
ultrajado nos profetas.
Foi ele que se encarnou no seio da Virgem, foi suspenso na cruz,
sepultado na terra e, ressuscitando dos mortos, subiu ao mais alto dos céus.
Foi ele o cordeiro que não abriu a boca, o cordeiro imolado, nascido de
Maria, a bela ovelhinha; retirado do rebanho, foi levado ao matadouro, imolado
à tarde e sepultado à noite; ao ser crucificado, não lhe quebraram osso algum,
e ao ser sepultado, não experimentou a corrupção; mas ressuscitando dos mortos,
ressuscitou também a humanidade das profundezas do sepulcro.
RESPONSÓRIO Rm 3,23-25a; Jo 1,29b
R. Pois todos os homens pecaram e carecem da glória de Deus, sendo
justificados, de graça, mediante a libertação, realizada por meio de Cristo. * Deus destinou que
Cristo fosse, por seu sangue, a vítima da propiciação, pela fé que colocamos
nele mesmo.
V. Eis aqui o Cordeiro de Deus, o que tira o pecado do mundo. * Deus destinou que Cristo fosse, por
seu sangue, a vítima da propiciação, pela fé que colocamos nele mesmo.
Apaga-se a próxima
vela, à direita, no candelabro de trevas.
Laudes
Ant. 1 Olhai, Senhor, e contemplai meu sofrimento! Escutai-me e vinde
logo em meu auxílio!
Salmo 79(80)
Visitai, Senhor, a vossa vinha
Vinde, Senhor Jesus! (Ap 22,20)
Ó Pastor de Israel,
prestai ouvidos. *
Vós, que a José
apascentais qual um rebanho!
Vós, que sobre os
querubins vos assentais, †
aparecei cheio de
glória e esplendor *
ante Efraim e
Benjamim e Manassés!
Despertai vosso
poder, ó nosso Deus, *
e vinde logo nos
trazer a salvação!
Convertei-nos, ó
Senhor Deus do universo, †
e sobre nós iluminai
a vossa face! *
Se voltardes para
nós, seremos salvos!
Até quando, ó Senhor,
vos irritais, *
apesar da oração do
vosso povo?
Vós nos destes a
comer o pão das lágrimas, *
e a beber destes um
pranto copioso.
Para os vizinhos
somos causa de contenda, *
de zombaria para os
nossos inimigos.
Convertei-nos, ó
Senhor Deus do universo, †
e sobre nós iluminai
a vossa face! *
Se voltardes para
nós, seremos salvos!
Arrancastes do Egito
esta videira, *
e expulsastes as
nações para plantá-la;
diante dela
preparastes o terreno, *
lançou raízes e
encheu a terra inteira.
Os montes recobriu
com sua sombra, *
e os cedros do Senhor
com os seus ramos;
até o mar se
estenderam seus sarmentos, *
até o rio os seus
rebentos se espalharam.
Por que razão vós
destruístes sua cerca, *
para que todos os
passantes a vindimem,
o javali da mata
virgem a devaste, *
e os animais do
descampado nela pastem?
Voltai-vos para nós,
Deus do universo! †
Olhai dos altos céus
e observai. *
Visitai a vossa vinha
e protegei-a!
Foi a vossa mão
direita que a plantou; *
protegei-a, e ao
rebento que firmastes!
E aqueles que a
cortaram e a queimaram, *
vão perecer ante o
furor de vossa face.
Pousai a mão por
sobre o vosso Protegido, *
o filho do homem que
escolhestes para vós!
–E nunca mais vos
deixaremos, Senhor Deus! *
Dai-nos vida, e
louvaremos vosso nome!
Convertei-nos, ó
Senhor Deus do universo, †
e sobre nós iluminai
a vossa face! *
Se voltardes para
nós, seremos salvos!
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. 1 Olhai, Senhor, e contemplai meu sofrimento! Escutai-me e vinde
logo em meu auxílio!
Apagam-se as duas velas
seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
Ant. 2 Eis o Deus, meu
Salvador, eu confio e nada temo!
Cântico Is 12,1-6
Exultação do povo redimido
Se alguém tem sede, venha a mim, e
beba. (Jo 7,37)
Dou-vos graças, ó
Senhor, porque estando irritado, *
acalmou-se a vossa
ira e enfim me consolastes.
Eis o Deus, meu
Salvador, eu confio e nada temo; *
o Senhor é minha
força, meu louvor e salvação.
Com alegria bebereis
no manancial da salvação, *
e direis naquele dia:
“Dai louvores ao Senhor,
invocai seu santo
nome, anunciai suas maravilhas, *
entre os povos
proclamai que seu nome é o mais sublime.
Louvai cantando ao
nosso Deus, que fez prodígios e portentos, *
publicai em toda a
terra suas grandes maravilhas!
Exultai cantando
alegres, habitantes de Sião, *
porque é grande em
vosso meio o Deus Santo de Israel!”
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. 2 Eis o Deus, meu
Salvador, eu confio e nada temo!
Apagam-se as duas velas
seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
Ant. 3 Deus nos deu de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha nos
fartou.
Salmo 80(81)
Solene renovação da Aliança
Cuidai, irmãos, que não se ache em
algum de vós um coração transviado pela incredulidade. (Hb 3,12)
Exultai no Senhor,
nossa força, *
e ao Deus de Jacó
aclamai!
Cantai salmos, tocai
tamborim, *
harpa e lira suaves
tocai!
Na lua nova soai a
trombeta, *
na lua cheia, na
festa solene!
Porque isto é costume
em Jacó, *
um preceito do Deus
de Israel;
uma lei que foi dada
a José, *
quando o povo saiu do
Egito.
Eis que ouço uma voz
que não conheço: †
“Aliviei as tuas
costas de seu fardo, *
cestos pesados eu
tirei de tuas mãos.
Na angústia a mim
clamaste, e te salvei, †
de uma nuvem
trovejante te falei, *
e junto às águas de
Meriba te provei.
Ouve, meu povo,
porque vou te advertir! *
Israel, ah! se
quisesses me escutar:
Em teu meio não
exista um deus estranho *
nem adores a um deus
desconhecido!
Porque eu sou o teu
Deus e teu Senhor, †
que da terra do Egito
te arranquei. *
Abre bem a tua boca e
eu te sacio!
Mas meu povo não
ouviu a minha voz, *
Israel não quis saber
de obedecer-me.
Deixei, então, que
eles seguissem seus caprichos, *
abandonei-os ao seu
duro coração.
Quem me dera que meu
povo me escutasse! *
Que Israel andasse
sempre em meus caminhos!
Seus inimigos, sem
demora, humilharia *
e voltaria minha mão
contra o opressor.
Os que odeiam o
Senhor, o adulariam, *
seria este seu
destino para sempre;
eu lhe daria de comer
a flor do trigo, *
e com o mel que sai
da rocha o fartaria”.
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo, *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant. 3 Deus nos deu de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha nos
fartou.
Apagam-se as duas velas
seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.
Vemos Jesus coroado de glória e honra, por ter sofrido a morte. Sim,
pela graça de Deus em favor de todos, ele provou a morte. Convinha de fato que
aquele, por quem e para quem todas as coisas existem, e que desejou conduzir
muitos filhos à glória, levasse o iniciador da salvação deles à consumação, por
meio de sofrimentos.
V. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentre os mortos! * Ele é nossa salvação
e nossa glória para sempre.
R. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentre os mortos! Ele é nossa salvação
e nossa glória para sempre.
V. Se com ele nós morremos, também, com ele viveremos.
R. Ele é nossa salvação e nossa glória para sempre.
V. Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentre os mortos! Ele é nossa salvação
e nossa glória para sempre.
Durante
o Benedictus, se houver as seis velas do altar, o acólito responsável por
apagá-las, munido do apagador, dirige-se ao altar, faz a inclinação profunda, e
procede à cerimônia. A partir do sexto verso, ele vai à extrema esquerda do
altar, e apaga essa vela. Depois, vai à extrema direita, para apagar a vela
correspondente. Volta, então, à esquerda, para apagar a próxima, e, então, à
direita, e assim por diante, de modo a apagar todas as seis velas nos últimos
seis versos. Feita a cerimônia, inclina-se profundamente ao altar, e volta ao
seu lugar.
Ant.
Ardentemente eu
desejei comer convosco esta Páscoa antes de ir sofrer a morte.
Bendito † seja o Senhor Deus de
Israel, *
que a seu povo
visitou e libertou;
e fez surgir um
poderoso Salvador *
na casa de Davi, seu
servidor,
como falara pela boca
de seus santos, *
os profetas desde os
tempos mais antigos,
para salvar-nos do
poder dos inimigos *
e da mão de todos
quantos nos odeiam.
Assim mostrou
misericórdia a nossos pais, *
recordando a sua santa
Aliança
e o juramento a
Abraão, o nosso pai, *
de conceder-nos
que, libertos do inimigo,
a ele nós sirvamos
sem temor †
em santidade e em
justiça diante dele, *
enquanto perdurarem
nossos dias.
Serás profeta do
Altíssimo, ó menino, †
pois irás andando à
frente do Senhor *
para aplainar e
preparar os seus caminhos,
anunciando ao seu
povo a salvação, *
que está na remissão
de seus pecados.
Pelo amor do coração
de nosso Deus, *
Sol nascente que nos
veio visitar
lá do alto como luz
resplandecente *
a iluminar a quantos
jazem entre as trevas
e na sombra da morte
estão sentados †
e para dirigir os
nossos passos, *
guiando-nos no
caminho da paz.
Glória ao Pai e ao
Filho e ao Espírito Santo. *
Como era no
princípio, agora e sempre. Amém.
Ant.
Ardentemente eu
desejei comer convosco esta Páscoa antes de ir sofrer a morte.
A Cristo, eterno sacerdote, a quem o Pai ungiu com o Espírito Santo para
anunciar aos cativos a libertação, supliquemos humildemente; e digamos:
Senhor, tende piedade de nós!
Vós, que subistes a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na
glória,
– conduzi vossa Igreja à Páscoa da eternidade.
Senhor, tende piedade de nós!
Vós, que, elevado na cruz, deixastes a lança do soldado vos traspassar,
– curai as nossas feridas.
Senhor, tende piedade de nós!
Vós, que transformastes o madeiro da cruz em árvore da vida,
– concedei de seus frutos aos que renasceram pelo batismo.
Senhor, tende piedade de nós!
Vós que, pregado na cruz, perdoastes o ladrão arrependido,
– perdoai-nos também a nós pecadores.
Senhor, tende piedade de nós!
Pai nosso que estais
nos céus,
santificado seja o
vosso nome;
venha a nós o vosso
reino,
seja feita a vossa
vontade,
assim na terra como
no céu;
o pão nosso de cada
dia nos dai hoje;
perdoai-nos as nossas
ofensas,
assim como nós
perdoamos
a quem nos tem
ofendido,
e não nos deixeis
cair em tentação,
mas livrai-nos do
mal.
Senhor nosso Deus, amar-vos acima de tudo é ser perfeito; multiplicai em
nós a vossa graça e concedei, aos que firmamos nossa esperança na morte do
vosso Filho, alcançarmos por sua ressurreição aqueles bens que na fé buscamos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
R. Amém.
Se um sacerdote ou
diácono preside o Ofício, é ele quem despede o povo, dizendo:
V. O Senhor esteja
convosco.
R. Ele está no meio de
nós.
V. Abençoe-vos Deus
todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo.
R. Amém.
Dada a bênção,
acrescenta-se:
V. Ide em paz e o
Senhor vos acompanhe.
R. Graças a Deus.
Não havendo
sacerdote, ou diácono, e na recitação individual, conclui-se assim:
O Senhor nos abençoe,
nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna.
R. Amém.
Faz-se
o strepitus com um pedaço de madeira ou o breviário, significando o
terremoto ocorrido na morte de Jesus. Os demais podem juntar-se ao strepitus com seus breviários.
Apaga-se a última vela do candelabro de trevas.
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