O Tríduo Pascal
O Tríduo Pascal começa na Quinta-feira, passa pela Sexta-feira e pelo Sábado, chegado ao Domingo da Páscoa. Todo esse caminho é uma oportunidade de vivência, através da contemplação, o mistério salvífico – amoroso de Deus.
Esse itinerário com Jesus que nos é proposto por esse Tríduo, é também o percurso de nossa existência. Pois, esse caminho é realizado em quatro etapas: aceitação (Quinta - feira Santa), abandono (Sexta - feira Santa), uniformização (Sábado Santo) e renovação (Domingo de Páscoa).
Quinta - Feira Santa
Jesus, seguindo o costume dos seus irmãos judeus, celebrava todos os anos a Páscoa em memória dos acontecimentos do Êxodo. Ás vésperas de ser entregue e condenado à morte, Jesus celebrou a Páscoa com um sentido próprio a partir de sua morte na cruz. Sua morte é Páscoa: mostra a intervenção do Pai que salva a humanidade pelo amor de seu Filho, amor este levado às últimas consequências (Jo 3,16). Antecipadamente, ele celebrou em forma de ceia pascal o que iria acontecer no calvário no dia seguinte.
Ele tomou o pão e o vinho celebrados na Páscoa e aplicou-os a si mesmo. Ao celebrar pela última vez a Páscoa judaica com seus apóstolos, Jesus institui o memorial de sua páscoa (Paixão, Morte e Ressurreição), a Eucaristia como o sacramento por excelência
O gesto do lava-pés está muito presente na sociedade no tempo de Jesus, visto que se andava muito a pé. O estranho é ver Jesus lavando os pés. Jesus, o Filho de Deus encarnado, entende sua vida e sua missão como serviço de amor à humanidade. Ele se doa inteiramente (Jo 13,14-15).
Sexta - feira da Paixão do Senhor
A celebração da Sexta-feira é uma das mais antigas e tradicionais entre os católicos. A sua liturgia é caracterizada pela escuta a Palavra, pelo cântico e ritos, e principalmente é marcada pelo silêncio.
A celebração da Paixão do Senhor acontece às três horas da tarde, hora em que Jesus morreu, segunda a indicação dada no evangelho de São João. Ele faz coincidir a morte de Jesus quando eram sacrificados os cordeiros, ainda em preparação para a celebração da Páscoa. Tal como o cordeiro sacrificado na Páscoa dos judeus, Jesus é o novo cordeiro, cujo sangue derramado nos redime e tira o pecado do mundo.
Neste dia não se celebra a Eucaristia. Todos se retiram em silêncio.
Sábado Santo
A celebração do Sábado Santo é cheia de símbolos e gestos. Ela deve ser realizada á noite, ou seja ao noitecer ou antes do término da aurora do domingo. Nela, pode-se dizer, tem dois momentos: o dia do luto pela morte de Cristo e a vigília pascal. A vigília começa com a benção do fogo, a procissão com as velas acendidas no Círio e juntamente com o próprio círio pascal, o cântico de exaltação a Cristo Ressuscitado, as leituras que lembram os grandes feitos de Deus na História da Salvação, segue-se ainda a benção da água e da fonte batismal.
Ao Ressuscitar, Ele demonstrou que era verdadeiramente o Filho de Deus. O encontro com o ressuscitado irá transformar os medrosos e fugitivos discípulos em corajosas testemunhas de Jesus (cf. Mc 16,15; At 3,15). Fazendo-os participarem da nova vida de Cristo: A ressurreição de Jesus, ao contrário, é nova criação, passagem para outra vida.
Domingo da Ressurreição
No dia de Páscoa celebra-se a ressurreição de Jesus. Na celebração da noite de Páscoa tudo está escuro, as luze estão apagadas. E aos poucos essa escuridão vai se dissipando dando lugar a luz. A luz de Cristo irradia todos os lugares, torna mais claro o coração humano, traz de volta o calor da vida, alegra a existência humana.
Depois de quarenta dias em silêncio, chega então o grande dia de gritar o Aleluia. É pelo Aleluia que se marca o sentido da Páscoa. É com esse cântico que o Ressuscitado adentra o coração humano desejoso de amar. Por isso, salvos na esperança, prosseguimos a nossa peregrinação, levando no coração o cântico antigo e sempre novo: “Cantemos ao Senhor: é verdadeiramente glorioso!”.